Todos os dias os lobos da conivência rondam a alma do mundo
coletando os silêncios preciosos à vitalização do mal
Batem à tua porta e te cobram esse dízimo
ainda mais se quedaste “de tanto ver triunfar as nulidades”
Insistem em querer calar os rebeldes com estigmas
apuram estratagemas com os óleos do tinhoso
Disfarçam-se de justos, estimulam os “lázaros de melo”
dilapidam a luz da verdade, tramam em alcovas
Em cada dia conferem os súditos e os servos
Defendem o território da desonestidade
com um espeto de acórdãos de forjadas maiorias
sob o olhar pusilânime dum chefe sem chefia
Sugam ao limite a alma dos fracos
gesticulando vantagens, emparelhando ameaças, adulterando o futuro
roubando o papel de vítimas para devorar o decoro
corromper a piedade em nome de interesses mesquinhos
Porque uns bons se converteram ao sossego
e alguns maus se investiram de audácia
o medo se entranhou nas narinas dos neófitos
E o gordo dinheiro mensal aquieta tanto quanto
as gorjetas generosas sossegam as damas num pardieiro de Vênus.
Seria a “vida de gado” um propósito?
Mesmo sem pasto, só do lado de fora da cerca caminha a liberdade.
Se a noite tenebrosa rouba os sonhos,
o mundo mais justo a conquistar espera um gesto,
um olhar, uma atitude, um sim, um não, uma palavra
Uma pequena chama é o quanto basta para vencer a escuridão.
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário