segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Homo homini lupus


Todos os dias os lobos da conivência rondam a alma do mundo

coletando os silêncios preciosos à vitalização do mal

Batem à tua porta e te cobram esse dízimo

ainda mais se quedaste “de tanto ver triunfar as nulidades”


Insistem em querer calar os rebeldes com estigmas

apuram estratagemas com os óleos do tinhoso

Disfarçam-se de justos, estimulam os “lázaros de melo”

dilapidam a luz da verdade, tramam em alcovas

Em cada dia conferem os súditos e os servos


Defendem o território da desonestidade

com um espeto de acórdãos de forjadas maiorias

sob o olhar pusilânime dum chefe sem chefia


Sugam ao limite a alma dos fracos

gesticulando vantagens, emparelhando ameaças, adulterando o futuro

roubando o papel de vítimas para devorar o decoro

corromper a piedade em nome de interesses mesquinhos


Porque uns bons se converteram ao sossego

e alguns maus se investiram de audácia

o medo se entranhou nas narinas dos neófitos


E o gordo dinheiro mensal aquieta tanto quanto

as gorjetas generosas sossegam as damas num pardieiro de Vênus.

Seria a “vida de gado” um propósito?

Mesmo sem pasto, só do lado de fora da cerca caminha a liberdade.


Se a noite tenebrosa rouba os sonhos,

o mundo mais justo a conquistar espera um gesto,

um olhar, uma atitude, um sim, um não, uma palavra

Uma pequena chama é o quanto basta para vencer a escuridão.

.

Nenhum comentário: