terça-feira, 2 de outubro de 2007

Maturidade


Somos de barro. Todos nós. De nada nos serve a roupa das vaidades, pois tornaremos ao pó. Nosso Ministério se fortalece pela reflexão de seus membros. Esse pleito foi um ato afirmativo pelos bons propósitos. Mas é preciso querer mesmo ouvir. A não ser quem prefira a surdez por conveniência, ou se alimente da indigesta ladainha dos áulicos: “Está tudo bem, chefe. Foi só uma questão de sorte. Esse movimento não quer dizer nada. Não nos atinge.”

Houve renovação de oitenta por cento do Conselho ( ! ). O embate democrático reclama maturidade. A salutar divergência de idéias aponta luzes no caminho que a falsa unidade teima em entulhar de recriminações interesseiras. Não há vencidos, não há colegas a excluir. Há práticas a depor. Há reflexões a fazer. E somos todos o barro de que dispomos para construir um coletivo melhor, numa luta sem tutores. Os tempos que se avizinham exigem uma instituição mais madura, inclusiva, plural, para os requisitos do seu múnus.

Urge desconstituir a cultura do privilégio e do favor, para valorizar a todos indistintamente, excomungando os despudorados esquemas furtivos de gabinetes. Adotar a alma do respeito e não vendê-la pelos trinta dinheiros da prevaricação. Muitos votos nessa eleição foram escritos com essas tintas e proclamam outras diligências que o tempo trará.

Os embates eleitorais e suas seqüelas não devem servir de biombo para danosas omissões. A causa que nos agrega em parquet vai para além dos empregos, das carreiras e suas vicissitudes, pois o povo confia que não tenhamos alma de barro. Só uma postura construtiva nos levará a por em cheque nossas limitações e vencê-las.
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