sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Fim?


Finados. Um dia para tudo encerrar. Mas, se nem há um fim? Tudo se transforma, desde Lavoisier, e bem antes, “aquilo que é, já existia, e aquilo que há de ser, já existiu, pois Deus chama de novo o que passou.” (Eclesiastes, 3-15). Continuaremos moléculas, água, sais, lembranças químicas, e, para os fiéis, vida eterna, graça.


A morte não é má. Precisamos morrer. Porém, sem pressa. Os que gostam do cangurismo institucional, talvez desejem pular à frente dos outros, também, na fila de Tânatos. Cáspite! Contento-me com o vaguear.


Mas, se o grão não morrer, não há fruto. É preciso morrer a cada dia. Meu orgulho, minha vaidade, minha indiferença, minha desesperança, meu conformismo. Há muito de mim que deve descer ao túmulo diário, para transmutar-se em serviço fraterno, disponibilidade, tolerância, amor.


Seja bem-vinda. O que é mau em nós não pode durar sempre. O bom soprará no vento, deitará na chuva, brilhará no éter, “renascerá em outros corações.”


Que a morte não nos encontre no medo ou no desamor, mas em paz, de bem com a vida. E nos seja leve. Por isso, hoje pode ser ainda um melhor dos nossos dias.

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