sábado, 19 de janeiro de 2008

Revelações

Narciso, de Caravaggio

A mixórdia em torno do afastamento da colega Fabíola para exercer o mandato de presidenta da AMPEM ainda rendeu, na reunião do Conselho Superior, nesta sexta-feira (18/01). Alguns conselheiros (Suvamy, Rita de Cássia, Nilde Sandes e Guerreiro) reclamaram da decisão tomada pelo Procurador-Geral, em sua casa, na noite de 11/01, na qual entendeu que bastava tão-somente a comunicação da posse da presidenta à administração superior do Ministério Público, e pronto. (Leia a decisão aqui)


O Conselho Superior, como qualquer corte, também, pode errar, e errou. Reconhecer sua falta não o desmereceria, não o diminuiria, ao contrário. Mas, até aqui, desconhecemos vivalma que aposte em autorização de afastamento aprovada pelo Conselho para que a colega Fabíola pudesse exercer plenamente a presidência da AMPEM. Não vislumbramos por que alguns conselheiros insistem nesse engano. Vaidade?


“Vaidade das vaidades. Tudo é vaidade.”, reclama o livro sagrado. (Ecl 1,2)


Para que não pareça isso, conselheiros inconformados com suposto malferimento da autonomia do Conselho deveriam demandar em outras instâncias, pois, se não há donos da verdade, quiçá sejamos nós os equivocados.


O confronto de idéias é salutar. O Conselho pode errar ou acertar, e podemos aplaudi-lo ou não. Está no cerne da convivência democrática e, quanto a isso, não pode haver melindres. No entanto, a conduta da conselheira Rita de Cássia, nessa sessão, foi abaixo do nível razoável. Suas palavras perderam o tempero, sua voz elevou-se ferindo a urbanidade, como se quisesse intimidar a colega Fabíola, revelando uma pessoa que não conhecíamos por trás do sempre generoso sorriso.


Fabíola, para gáudio de todos nós, tem desconhecido a genuflexão.
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Um comentário:

sandro bíscaro disse...

Não votei na colega Fabíola para a direção da nossa entidade de classe, é verdade. No entanto, no exato momento em que ela foi eleita nossa representante, naturalmente, tenho a obrigação de apoiá-la, eis que, se Fabíola vai mal, todos nós vamos mal.
O episódio, que ainda rende... é indicativo de que muito trabalho aguarda por nossa representante.
Portanto, receba Presidenta todo meu apoio!