A propósito da postagem “Autofagia ministerial”, comentou a leitora Cláudia Santos:
"Para mim, uma mera leitora do blog, que não faz parte da "classe", é realmente um pouco difícil entender o que propõe o autor do texto. Leio sobre uma proposta de "pacificação da classe" e algumas alusões quanto ao foco das contendas ministeriais, estando estas na eleição "democrática" de membros para compor a Administração Superior do MP e honestamente não consigo compreender qual é, de fato, o projeto de Ministério Público aventado pelo subscritor do post. Ainda mais quando, como pano de fundo, está a eleição para Procurador Geral de Justiça, e não para Presidente da AMPEM.
A mim, enquanto leiga no assunto disputas ministeriais, parece um pouco estranho pensar no Procurador Geral de Justiça enquanto responsável por cuidar e zelar pelo “elo de ligação da classe”, afinal, eu sempre pensei que a tarefa do chefe do Ministério Público, dentre outras, era zelar pela “Instituição Ministério Público”, e não pelo bem-estar e convivência harmônica dos seus membros.
Para mim, essa tarefa incumbiria mais ao Presidente da Associação de Classe do que ao Chefe da instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
Mas como havia dito antes, posso estar errada, afinal, o que eu entendo sobre isso, não faço parte da corporação, certo?! E como quem não faz parte, chego mesmo a entender serem salutares as divergências havidas no seio de instituição composta por membros independentes e altivos, chego a pensar que podem ser a base para o crescimento e debate comprometido com o alcance de um Ministério efetivamente Público.
Confesso, e talvez não devesse, que ao ler o citado texto cheguei a pensar que o projeto proposto tratava-se de um Ministério Privado, ou um Mistério Público, com as contendas ministeriais sendo discutidas em reuniões fechadas, com sugestões oficiosas sobre eventual resolução das intrigas ministeriais, mantendo-se assim a sociedade a parte de assuntos que sugestivamente não lhe interessam, porque as entranhas do Ministério Público só dizem respeito a seus membros de vanguarda. Afinal, roupa suja deve-se lavar em casa, sem a participação da inconveniente opinião pública.
Mas, ao final, ainda não consegui compreender, muito menos me convencer, apesar da eloquência do articulado texto, que eu não devo me interessar em saber o que acontece com o Ministério Público maranhense.
Eu, como cidadã intrometida que sou, gostaria sim de obter esclarecimentos sobre o por quê de uma reforma que deveria durar aproximadamente 270 dias, estar durando mais de 2 anos, sem nenhum horizonte de finalização. Gostaria de saber mesmo por que só agora, no foco de uma eleição, a maioria de seus membros vem a público discutir algo que se arrasta há mais de 2 anos. E, claro, falo da maioria dos membros porque acompanho o blog e vejo que o Dr. Juarez cutuca o espeto de pau antes mesmo que este fosse interditado para reformas.
A pergunta que eu faço é, por que o restante dos membros, apesar do desconforto em atuar de improviso no Garden Shopping, não haviam vindo a público há mais tempo, saído das reuniões fechadas de classe e largado os ofícios indignados, e mostrado sua insatisfação à sociedade maranhense, à qual, acreditem ou não, devem sim prestar contas, pois são agentes políticos no exercício de função pública.
Então, sem mais divagações, eu realmente gostaria de saber a que projeto de Ministério Público o autor do texto se refere, porque eu, como cidadã, discordo que o Ministério Público pertença apenas a seus membros. Chego mesmo a me iludir que ele pertence e serve à sociedade. Mas, como disse antes, posso estar completamente enganada, afinal, não entendo muito do assunto, sendo esta apenas a opinião de alguém que pouco compreendeu sobre o projeto de Ministério Público desenhado no escrito que acaba de ler."
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