sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Liberdade

É sua profissão. Nos últimos nove anos participou de pelo menos seis roubos a banco: Fortuna, Buriticupu, Mirador, Tasso Fragoso, Lago da Pedra e Dom Eliseu. Talvez de outros mais. Tiros a torto e a direito, cidades em polvorosa, reféns em agonia e fugas espetaculares. Calmo, magro, de média estatura e voz mansa, quase calado, seu rosto não denuncia o profissional devotado que é. Porque os humanistas insistem que a liberdade é um direito, vez por outra, constrangem-no a abraçá-la. Com efeito, recebe-a não para cultivá-la e preservá-la, como se iludem aqueles; tão-somente para, em conluio com a dita, aprimorar sua performance, de sorte que a liberdade não seja um fim, uma meta, só um instrumento necessário ao seu tabalho de roubar. Avizinha-se o próximo habeas corpus. Deve saber que a agência em Santa Rita ainda não foi. Ops!

2 comentários:

Klycia disse...


Se for quem estou pensando, acho que já denunciei este cidadão por fato ocorrido em uma das cidades mencionadas. Qual seria o fundamento desse novo habeas corpus? Excesso de prazo?

juarez medeiros disse...



Klycia, nesse e em muitos outros casos iguais, Brasil afora, os habeas são concedidos em razão do prazo. Eles já contam com isso.