quarta-feira, 6 de julho de 2011

A carta

"Senhores Promotores,

Trinta anos de vida profissional, dedicada na quase totalidade ao Ministério Público, sempre procurei pautar com a ética profissional, grande respeito aos colegas e a Instituição que optei como vida profissíonal. Digo optei, porque tive êxito e classificação em 1989, em concurso público para ingresso na Magistratura Maranhense e, permaneci no Ministério Público.

No curso destes anos, ao divergir em algumas situações, o fiz com dignidade e, mesmo em disputas eleitorais reconheço e respeito meus adversários nas eleições.

Sou consciente da nossa responsabilidade na edificação desta Instituição. Nos últimos tempos, testemunhamos, que o espírito de união está cedendo espaço à discórdia, não mais colaboração mas descrédito, não mais compartilhamento mas ataques ad personam. De tudo isto, resulta, enfraquecimento institucional, à sociedade, fica a imagem de sermos frágeis ética e moralmente, estamos nos transformando em um segmento de Kamikazes.

Último resultado deste comportamento foi carta anônima, dirigida a todos os Promotores de Justiça, que externa nas linhas anônimas, comportamento atribuído a mim, como acobertadora de condutas ilegais. Anota nome de familiares, assessores, descrevendo de forma maldosa fatos diversos da situação como realmente se apresenta, no propósito criminoso de atingir a Procuradora de Justiça, e a Corregedoria Geral do Ministério Público, como órgão de controle interno.

Senhores Promotores, o Gabinete da Procuradora de Justiça tem funcionamento normal e rotineiro, com assessores que frequentam e produzem os trabalhos. Meu irmão, citado pela peça sem subscritor, não tem qualquer vínculo ou ônus com o Ministério Público, seu comparecimento no Gabinete reflete ajuda e colaboração mútua, penso, que a sua presença não infringe a norma legal.

Ainda quanto ao meu ex-marido, o Sr. Carlos Gonçalves Lima, de quem sou divorciada desde o ano de 2006, e que mantenho amizade e boa convivência com, ele e sua esposa, nunca interferi, pedi ou coloquei qualquer colega Procurador em dificuldades, quanto, a atitudes que a seu juízo devesse adotar.

A equipe da Corregedoria, é mantida por funcionários, com expediente de 08(oito), horas diárias, não havendo qualquer um deles impedimento legal, para trabalhar com esta Procuradora.

Repilo e repudio, a irresponsável denúncia anônima. Os documentos de todos os funcionários citados estão a disposição no Setor de Recursos Humanos da Procuradoria Geral do Ministério Público, bem como, as portas dos gabinetes estão igualmente abertas a todos.

O propósito maldoso e vil do anônimo fica patente, quando afirma que viajei para fora do país, por mais de l5(quinze), dias sem autorização, quando, me afastei das atividades no gozo de férias do exercício 2009, conforme Portaria n° 2716/2011 - GPJGJ, que interrompeu a partir de 13/06/2011 (Processo n° 4353 AD/2011), no período de 28/05/2011 à 11/06/2011, necessitei viajar à cidade de Roma, para ali ter com meus familiares.

Por fim, as diárias desta Procuradora, todas, foram formalizados processos com justificativas, analisadas pela administração, tudo em razão do cargo que ora exerço.

Senhores, a prática do anonimato é vergonhosa, vi1e criminosa, deverá ser extirpada desta Instituição, os denunciantes invisíveis devem ser conhecidos, para tanto, estou postulando à Senhora Procuradora Geral de Justiça, seja instaurado procedimento cabível.

Em respeito à V. Exma., faço encaminhamento desta manifestação.

Obrigado.

São Luiz (MA), 30 de junho de 2011.
SELENE COELHO DE LACERDA
PROCURADORA DE JUSTIÇA"

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