Na contra-mão do bom senso, o Tribunal Superior Eleitoral, a partir de 2004, passou a estender alguns atos de propaganda sonora para até as 22 horas do sábado, véspera da eleição.
Antes, a apoteose das campanhas era, na quinta-feira à noite, a três dias do pleito, com o grande comício de encerramento. Depois, vinha o salutar silêncio, tão ansiosamente aguardado pelos eleitores, enfadados com três meses de muito barulho.
Os candidatos e seus comitês viam tempo para as últimas avaliações, ajustes na fiscalização e nas estratégias. Para juízes e promotores, tranquilidade para otimizar a organização do pleito, a investigação de certas notícias, num olhar atento a tudo e a todos.
Desde 2004, em algumas cidades, essa decisão do TSE transforma a sexta e o sábado, vésperas da eleição, nos dias mais infernais da campanha, elevando desnecessariamente a tensão social, proliferando os enervantes ti-ti-tis, que desviam as energias de juízes, promotores e autoridades policiais, e incomodando o eleitor que já não vê a hora de recuperar o silêncio que lhe foi surrupiado.
Não cremos que candidatos reclamassem ao TSE o direito de fazer campanha e, principalmente, fazer barulho com carros de som, até o último instante do sábado. Ao contrário, o que se verifica é que muitos candidatos demonstram até contentamento quando são chamados a assinar algum ajuste em que abrem mão de qualquer ato de propaganda na sexta e no sábado. (!)
Ora, se três dias antes da eleição é o ultimo dia para comícios, debates e propaganda no rádio e na televisão, por que cargas d'água não ser, também, o último dia para carros de som, passeatas e carreatas?
Se esta reclamação não for um disparate, somando outras muitas vozes, talvez, possamos sensibilizar o TSE a retomar a medida do bom senso: silêncio na sexta-feira e no sábado antes da eleição!
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