segunda-feira, 11 de julho de 2011

Anonimato

Imagem recolhida aqui.

Depois da carta anônima vem o assassinato. Assim nos romances, ― como a vida imita a arte! ― e nada impede a tanto. Não somos uma instituição perfeita, que isso não existe ou existirá, mas o exercício da crítica e da autocrítica pode erguer-nos a melhor nível; sem a deificação de líderes passados ou futuros ou a estripação de adversários, pois fanáticos matam e morrem.

Só a maturidade supera o dilema: a crítica que não agrada é inoportuna; a autocrítica expõe fraquezas. Francamente, esse deveria ser um dos pontos no exame de ingresso: 1) critique-nos; 2) critique-se.

Se sobra passionalismo, falta lucidez; dessa que não convive com o medo e seus penumbrosos matizes que alimentam os poderes. Mas se é a luz mesma quem produz as sombras, é preciso liberdade para assumir o arbítrio.

Membro do Ministério Público não deve conspurcar-se com o anonimato. Nome e rosto são o mínimo.

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