De Manoel de
Barros, Noções de ruas, do Livro Poesias, 1956.
“[...]
Certa
feita
Uma rua
de subúrbio, há muitos anos,
Botou no
meu encalço uma de suas casas
Com
jardinzinho fronteiro
Só para
enternecer...
De fato:
seu jardinzinho
Seu gato
Sua dona
(os joelhos brancos à mostra!)
O pé de
manacá
E mais
aquelas suas grades, tão roídas de ferrugens, quase me arrebentam
de ternuras idiotas...
Que
descontrole, meu Deus!
Se não
me agacho me casava naqueles joelhos...
Essas
doces ruinhas ou alamedas
Esquecidas
em sua tranquilidade de coisas anônimas ‒
cuidado com elas!
São
infestadas de lobos solitários...”
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