segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Pingados



Sem amuo, Mazzilli anotou a pouca gente que o ouvia. O Procurador urdiu a melhor desculpa para explicar o auditório vazio. Repetiu-a quando veio Afrânio Jardim e suas tatuagens. Ainda com o libelo de Dialuas Ribeiro e a aula de Roberto Decomain. Depois de tantos, diagnosticou-se o paradigma dos gatos pingados. Sobre o fenômeno, há registros desde a grande dinastia Ming. A sistematização sobreveio após as pesquisas na Universidade de Leipzig. Em terras nuaruaques, Dona Leó sempre admoestava os filhos parafraseando Lucas 7:32: uns choram porque apanham; outros, porque não lhes dão (dar, bater, v. g. dar uma surra). A ingovernável nau dos insatisfeitos: reclamam quando falta, não aproveitam quando têm. Por isso, se não há debate, curso, planejamento, seminário, oficina, reclamam; se ocorre, ignoram. Disso decorre a importância científica dos gatos pingados: a sobrevivência de qualquer instituição. Se não existissem...

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