quinta-feira, 14 de junho de 2012

O tempo envelhece depressa

Ao fim, descobre o escritor morto. Comprou pela capa, na última lojinha antes do portão de embarque, sem ter ideia de que ele já se fora em março. Supondo-o vivo, pressentia-o ao lado, durante o voo, ditando aquele texto vivo instigante ou vivo intrigante a respeito da pressa dos tempos envelhecidos. Manhãs seguidas, tomou por capricho aquelas letras e as encerrou no domingo, indo sôfrego à cata de algo mais sobre Antonio Tabucchi. Deparou-se com o obituário. Mal soube de sua existência, descobre-o morto. Que coisa! A partir dali teria que inverter a vida, partindo desse para o primeiro dos livros, como se fosse possível regressar do último ao primeiro dia. Talvez, por causa de tais expedientes os escritores não consigam morrer completamente. 24/09/1943. 25/03/2012.

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