Ao fim, descobre o
escritor morto. Comprou pela capa, na última lojinha antes do portão
de embarque, sem ter ideia de que ele já se fora em março.
Supondo-o vivo, pressentia-o ao lado, durante o voo, ditando aquele
texto vivo instigante ou vivo intrigante a respeito da pressa dos
tempos envelhecidos. Manhãs seguidas, tomou por capricho aquelas
letras e as encerrou no domingo, indo sôfrego à cata de algo mais
sobre Antonio Tabucchi. Deparou-se com o obituário. Mal soube de sua
existência, descobre-o morto. Que coisa! A partir dali teria que
inverter a vida, partindo desse para o primeiro dos livros, como se
fosse possível regressar do último ao primeiro dia. Talvez, por causa
de tais expedientes os escritores não consigam morrer completamente. 24/09/1943. 25/03/2012.
Nenhum comentário:
Postar um comentário