A mulher mete-se a
louca e dispara sobre a faixa. Ouve o som de frenagens e, quando
atinge o outro lado, ainda recolhe impropérios. Cena comum nesta São
Luís que vai completar 400 anos de má educação no trânsito. Como
se ele não pertencesse a nós e não pertencêssemos a ele. A
maioria de nossas faixas de pedestres são virtuais. As poucas
visíveis não são respeitadas, e o pedestre que tenha paciência,
desista ou se candidate ao atropelamento. Ninguém orienta, fiscaliza
ou pune: o melhor incentivo ao caos. Nos julgamos no direito divino
de sermos os motoristas mais apressados do universo. Por isso,
também, não temos limite de velocidade em nossas avenidas, e muitos
fazem questão de mostrar suas habilidades na arte de “furar”
sinal vermelho. É verdade, temos uma vintena de “pardais”, numa
cidade que tem um milhão de habitantes. E somos campeões em
estacionamento sobre calçadas. Tem mais. Quem sabe, nos próximos
quatrocentos.
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