sexta-feira, 17 de junho de 2011

"Mudismo"

O fato noticiado na quarta (15/06), a respeito da conduta do Coordenador de Comunicação da Procuradoria-Geral de Justiça, Tácito Garros, em face da servidora Lucina Macedo Medeiros, ocorreu na sexta (10/06).

Uma semana após (17/06), percorremos o site do Ministério Público e não encontramos palavra dizendo que o fato será apurado, mais isso e aquilo, ou coisa que o valha.

Não. Nada. (Se houvesse ocorrido no Supermercado Berimbela, pensamos que o gerente cuidaria de apurá-lo, de descobrir-lhe os motivos, de lançar o hálito da justiça para preservar a verdade.) Porém, aqui, em nossa casa.

Precisa-se que o Sindicato protocole um pedido de sindicância? Se atender, a administração terá sido içada pelos lábios; se não, logo, todos perderemos os lábios e a fala.

Daí, não haverá volta, diante de mais fatos que vierem a acontecer, estaremos na vanguarda de instituir o mudismo como linguagem oficial.

(Queremos, acima de tudo, o interesse substancial da administração pública (a impessoal), e não que inocentes sejam declarados culpados e defenestrados... para preservar o princípio constitucional da vaidade.)

Falai, pedras. (Lc 19,40)

3 comentários:

Carlos Menezes disse...

Amigo Juarez,
Apenas duas observações:
1. Há muito tempo que o site da PGJ é apenas um folhetim chapa branca, que se desautoriza pelas omissões retratadas por você, bem como pelas desmedidas ênfases às ações da Administração, com evidente personalismo. Basta uma apurada estatística das notícias postadas nos últimos anos para ver quem mais aparece!
2. O mutismo denunciado apenas é mais uma evidência, infelimente, de que a síndrome do "espeto de pau" não se resume à questão do prédio das promotorias da Capital, mas se alastra pela instituição de forma perigosa e, certamente, fatal!
3. Como bem sabemos, a partir dos bancos da faculdade, não basta a mulher de César ser honesta; é preciso parecer honesta!
Abraços a todos os que buscam e anseiam por um MP de verdade,
Carlos Henrique Menezes

Themis Pacheco de Carvalho disse...

Juarez,

O silêncio do Ministério Público só não acontece quando deveria.

Deveria ter sido de silêncio a trágica noite de quinta-feira, 16/06.

Após o falecimento prematuro do Deputado Luciano Moreira,ao retornar de um desnecessário evento levado para Barreirinhas, sabe-se lá por qual motivo, quando este, sempre solícito atendeu a um convite para ali expor suas ideias, e cujo fato comoveu profundamente a todos nós, a programação festiva, no mínimo, deveria ter sido cancelada, e não o foi.

Nesse momento o silêncio era o indicado, era imperativo que se fizesse silêncio, no mínimo, em respeito ao morto que há pouco estivera com os que ali se encontravam.

No entanto, prosseguiu a reunião do CNPG ao som de matracas e pandeirões, na noite do óbito, em festa confraternizavam os participantes seletos do evento, enquanto todos os demais choravam a irreparável perda.

O silêncio voltou a ser quebrado, uma vez mais, em um outro momento em que deveria ter existido. 

Desta feita, na presença de centenas de pessoas que consternadas foram constrangidas a ouvir, uma vez mais, um daqueles discursos que já conhecemos, agora, no entanto, acompanhado de copioso choro, choro este que ficara guardado desde a véspera, por certo esperando o momento oportuno, ou a desejada plateia.

Lamentável a atitude de continuar com a programação festiva e oficial, lamentável a atitude de não interromper o evento, mesmo a programação de trabalho, após a ocorrência de um fato de tal magnitude. Mas, por certo, nos é permitido raciocinar e concluir que tal gesto está de acordo, está compatível com os critérios de valoração da atual direção do Ministério Público Estadual.

Aloisiomar disse...

Themis Pacheco,
Parabéns pela pela lucidez nos comentários.
Concordo que levar um evento desses para Barreirinhas é um absurdo e um gasto desnecessário.
Pior ainda foi ter continuado com a festança mesmo após a morte do Deputado Luciano Moreira, que acabara de palestrar no evento, vibdo direto de Brasília, abdicando do convívio com a família.
No outro dia estava lá, na maior cara dura a consolar a viúva e chorar o choro dos fingidos.