Todo ano é a mesma pergunta. Alguns fitam o calendário e arriscam: de corpus christi, não?! Tamborilam dedos, revolvem sinapses... 28 de julho?... não lembro! Feriado de quê?!... Adesão do Maranhão à independência?! Ah!, sim!... Beleza!... Viva a adesão!
Não sei, exatamente, desde quando o fato, pujante para os idos pós-coloniais, se incorporou ao rol dos dias de féria. Hoje, não passa de forçada lembrança. Por quanto tempo mais irá viger? Menos de século, presumo.
Naquele tempo, nas chamadas “campanhas da independência”, ocorreram lutas no Maranhão, Piauí, Pará, Bahia e na Província Cisplatina.
Salvo engano, o historiador maranhense Mário Martins Meireles tem um livro sobre “História da independência do Maranhão”.
A resenha a seguir está na wikipédia. Pode não ser a fonte mais abalizada, mas dá par suprir um pouco da ignorância.
“No Maranhão, as elites agrícolas e pecuaristas eram muito ligadas à Metrópole e a exemplo de outras províncias se recusaram a aderir à Independência do Brasil. À época, o Maranhão era uma das mais ricas regiões do Brasil. O intenso tráfego marítimo com a Metrópole, justificado pela maior proximidade com a Europa, tornava mais fácil o acesso e as trocas comerciais com Lisboa do que com o sul do país. Os filhos dos comerciantes ricos estudavam em Portugal. A região era conservadora e avessa aos comandos vindos do Rio de Janeiro. Foi da Junta Governativa da Capital, São Luís, que partiu a iniciativa da repressão ao movimento da Independência no Piauí. A Junta controlava ainda a região produtora do vale do rio Itapecuru, onde o principal centro era a vila de Caxias. Esta foi a localidade escolhida pelo Major Fidié para se fortificar após a derrota definitiva na Batalha do Jenipapo, no Piauí, imposta pelas tropas brasileiras, compostas por contingentes oriundos do Piauí e do Ceará. Fidié teve que capitular, sendo preso em Caxias e depois mandado para Portugal, onde foi recebido como herói. São Luís, a bela capital e tradicional reduto português, foi finalmente bloqueada por mar e ameaçada de bombardeio pela esquadra do Lord Cochrane, sendo obrigada a aderir à Independência em 28 de julho de 1823. Os anos imperiais que seguiram foram vingativos com o Maranhão; o abandono e descaso com a rica região levaram a um empobrecimento secular, ainda hoje não rompido.”
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