sábado, 21 de maio de 2011

Perfil

Do colega Carlos Henrique Menezes, Promotor de Justiça em São José de Ribamar:


Prezados colegas Juarez e Marco Antonio, bem como todos os que sonham com mudanças no MP/MA:

Concordo plenamente com a eleição de um promotor de Justiça para o cargo de Procurador-geral de Justiça nas próximas eleições!

Poderia ser um avanço e tanto! Entretanto, gostaria de fazer algumas sugestões, na tentativa de contribuir para o debate (mesmo sabendo que isso quase nunca é bem-vindo entre nós):

1. Não basta querermos eleger um(a) promotor(a), é preciso que esse(a) promotor(a) de Justiça seja, de fato, uma opção significativamente melhor do que os tarimbados nomes que estão por aí, sob pena da emenda poderia ser pior do que o soneto.

2. Não basta ser promotor(a), é preciso ser um(a) promotor(a) de Justiça que efetivamente traga mudanças e melhorias para a confusão institucional e administrativa que hoje vemos, após sucessivas administrações, e que, mesmo apoiado, não esteja comprometido com nenhum dos grupos que já dominam, ou tentam dominar, o MP maranhense há anos!

3. Não basta ser um(a) promotor(a), é preciso que seja alguém com reconhecido exercício ministerial na 1a instância, sem firulas, sem afastamentos em demasia, sem anos e anos de licenças..., mas com serviços realmente prestados. Como se sabe, há promotores e promotores, e a eleição de um promotor que não esteja comprometido com a função-fim pode ser um tremendo tiro no pé!

4. Além de ser atuante, é preciso que esse(a) promotor(a) de Justiça seja maduro(a) para dialogar com as demais instituições sem se deixar dominar, e sem simplesmente inviabilizar o bom relacionamento interinstitucional que a função política do PGJ requer. Em outras palavras, que seja alguém de ilibada conduta pública e privada, com dignidade e sem subserviências!

5. Esse(a) promotor(a) precisa ser capaz de inspirar um ânimo novo nos demais colegas da instituição que, de tantos escândalos tratados às escâncaras quase que nas páginas policiais dos jornais, quedam desanimados com o MP, ou seja, é preciso que esse(a) colega seja hábil para encorajar e estimular os demais colegas já tão desgastados com as inúmeras confusões e desmandos institucionais!

6. Creio, ainda, que esse(a) colega precisa refletir, de verdade, algo novo, algum tipo de mudança na instituição, de forma realmente moralizadora, exorcizando os hábitos de compadre/comadre que imperam, as eventuais improbidades, as benesses dos amigos da Corte, etc...

7. Peço licença para estender um pouco mais o desabafo... É preciso que esse(a) colega seja, de verdade, mais comprometido com a instituição do que com seu bem-estar pessoal ou político, assumindo um compromisso prévio de não querer se reeleger, de retirar sua candidatura caso não seja o mais votado, defendendo um exequível plano de metas institucional, e abrindo portas para o enriquecimento do debate institucional que realmente pode promover mudanças.

Portanto, não basta que seja um(a) promotor de Justiça (Deus nos livre de alguns que estão por aí...), é preciso que seja um excelente Promotor de Justiça, dotado de reconhecida capacidade administrativa, com a integridade que o cargo requer e a postura que a instituição tanto merece como NECESSITA!

Quem se habilita?
Um grande abraço,

Um comentário:

Themis Carvalho disse...

Juarez,

Faço minhas as palavras do colega. Entretanto, faço uma pequena ressalva, precisamos de um membro do Ministério Público como Procurador Geral, que atenda aos requisitos ali postados, este, pode vir de qualquer das instâncias, sem qualquer discriminação, quew escolha-se o melhor e que aquele a quem cabe a decisão final tenha sensibilidade para respeitar essa escolha.

Me habilito a unir-me aos colegas com o objetivo de fazer um Ministério Público diferente do que hoje temos, no entanto, não tenho pretensões de dirigi-lo.

Tivemos uma excelente experiência no passado, quando tivemos um Promotor de Justiça exercendo a chefia da instituição. Promotor ou Procurador de Justiça como Procurador Geral, tanto faz, o que o Procurador Geral precisa é exercer o cargo com impessoalidade, com moralidade, com compropmisso e responsabilidade social, cumprindo o principio da legalidade, diagologando,ouvindo críticas, corrigindo seus próprios erros equívocos, afinal, somos humanos, transmitindo segurança, respeito e honorabilidade não apenas aos membros e servidores, mas a toda a sociedade.

Também aspiro um Ministério Público diferente do que hoje temos, com tantas denúncias que nos envergonham.

Precisamos corrigir nossa rota sob pena de naufragarmos.

Themis Carvalho