Do Blog do Itevaldo, publicado hoje (04/04), sob o título: “A atuação exemplar de um juiz, de dois promotores de justiça e de dois auxiliares da justiça:”
“Quando nascemos, recebemos diferentes missões, sendo certo que a mais altruísta de todas é a de poder usar o seu encargo ou função para tentar salvar vidas. Não, não estou me referindo aos médicos! Neste caso específico, que em momentos de crise institucional, seja em órgãos vitais para a sociedade, como é o Ministério Público, ou em relação ao poder basilar da sociedade democrática, como bem se situa o Poder Judiciário, estou me reportando a um juiz de direito, a dois representantes ministeriais e a dois Auxiliares da Justiça.
Pelo talento e pelo esforço das mãos do magistrado TALVICK AFONSO ATTA DE FREITAS, dos Promotores de Justiça JOSÉ LUCÍOLO GORAYÉB SANTOS e RONALD PEREIRA DOS SANTOS e pelos Auxiliares CLÁUDIO SÁ PEREIRA e DÉBORA JANE, passaram a alma desesperada de duas crianças, em que o alívio do sofrimento, dependia da transposição da barreira inerente ao caótico sistema de saúde de São Luís, a separar a barreira da vida e da morte.
Y.F.C.A, com 26 (vinte e seis) dias de vida, foi internada na Unidade de Pronto Atendimento do Bacanga, com quadro de insuficiência respiratória aguda, diarreia e dermatite. Já H.E.A.D, nascida em 19 de janeiro deste ano, deu entrada no Hospital da Criança com pneumonia e insuficiência respiratória. As famílias de ambas as crianças são extremamente carentes. Y.F.C.A e H.E.A.D agonizam por tratamento digno; querem saúde. Ambas estão com risco altíssimo de morte, sendo que a primeira quase não consegue respirar, sendo o esforço tremendo; está entubada. A segunda, também entubada, corre o risco de amputação de um dedo. As duas precisam de UTI e estão em leitos que não lhe permitem um tratamento correto e eficaz.
O que fazer? Ambas procuram o plantão do Ministério Público Estadual e do Poder Judiciário. No órgão Ministerial, encontram o promotor de Justiça JOSÉ LUCÍOLO GORAYÉB SANTOS, que de pronto e com total urbanidade, seriedade e comprometimento com a função precípua do Ministério Público (caput, do artigo 129, da Carta Republicana), aciona o Poder Judiciário. Duas ações são formalizadas em face do Município de São Luís. Depois, visualizando o caso mais grave da criança H.E.A.D, foi o promotor ao leito de internação daquela, averiguando no local, a forma de proceder de todos os servidores com o padrão de atendimento desejável em tais casos, assim como as instalações em que aquela se encontrava.
Plantonista do Poder Judiciário de 1º Grau da Capital, o magistrado TALVICK AFONSO ATTA DE FREITAS, sem empáfia, sem demonstrar incomodação e já com preocupação em torno da sobrevivência das duas crianças, começa a analisar os dois processos. É que o servidor CLÁUDIO SÁ PEREIRA já tinha avisado das duas ações, também de forma imediata. TALVICK analisa e decide salvar vidas; escolhe preservar a dignidade humana, através de seu poder e de sua pena, agindo como agente responsável do poder judicial. Cumpre o previsto no artigo 35, da Lei Orgânica da Magistratura Nacional, de forma irretocável. Determina que a Oficiala de Justiça DÉBORA JANE vá às ruas. CLÁUDIO SÁ, prepara o mandado e o entrega a DÉBORA, que corre todos os hospitais da Capital, atrás de 2 vagas em UTI.
Enquanto DÉBORA está tentando cumprir a decisão judicial, TALVICK, LUCÍOLO e CLÁUDIO, não descansam. Esquecem que já cumpriram com seus deveres. A preocupação persegue todos! TALVICK quer entrar em contato com os Secretários de Saúde do Município e do Estado; com diretores de hospitais; com qualquer pessoa ou autoridade que possa proporcionar tratamento digno e adequado às duas crianças. Enquanto os números dos telefones são procurados, a Oficiala DÉBORA retorna sem conseguir cumprir a sua missão com sucesso. Não existem Unidades de Terapia Intensiva (UTI) disponíveis, nem na rede particular e muito menos na pública. A decisão fica no vazio! Não se dando por vencido, novas petições são protocolizadas, por JOSÉ LUCÍOLO GORAYÉB SANTOS. Desta feita, solicita até “UTI no Ar” e transferências para outro Estado. TALVICK, novamente com presteza, defere todos os pedidos.
O tempo passa! TALVICK, LUCÍOLO, CLÁUDIO e DÉBORA, ganham um reforço importante. Chega o Promotor de Justiça RONALD PEREIRA DOS SANTOS. TALVICK e RONALD, se revezam nos telefonemas. Vários números são discados, com solicitações de providência imediata de 2 vagas em UTI. Tentam internar as crianças logo em outras unidades, já que o estado de saúde de ambas é crítico. As autoridades são receptivas. Assim como o Juiz, os Promotores e os Auxiliares, se esforçam, também, na procura de leitos vagos. Poucos minutos passam e uma vaga é encontrada. No entanto, logo chega a notícia: uma criança, de apenas 2 dias está chegando do Município de Nova Olinda em estado gravíssimo. A vaga é dela, vez que o estado de saúde é mais complicado do que das duas crianças que todos procuram salvar. Os esforços continuam.
TALVICK se mostra incansável! Enquanto aguarda notícias que dariam efetividade às suas ordens judiciais, resolve inspecionar o leito de cada uma das duas crianças. Solicita de CLÁUDIO SÁ PEREIRA companhia para ir até os dois hospitais. CLÁUDIO, em seu próprio veículo, se dirige, com o Juiz, ao Hospital da Criança. TALVICK, não se dá por satisfeito, enquanto não vai ao leito da criança H.E.A.D, e com os próprios olhos vê o estado de saúde e a forma de atendimento da infante. Os olhos marejam, já não são os mesmos. TALVICK quer mais! Ali mesmo, na área vermelha do referido hospital, se reúne com a chefe do atendimento e solicita explicações, no que de pronto é atendido. Só deixa o hospital, quando tem todas as informações que entendeu pertinentes.
Mais tranquilo, entra no automóvel e se dirige ao Socorrão II da Cidade Operária. Nada de Fórum! Agora iria inspecionar a estado de saúde e o atendimento da criança Y.F.C.A. Novamente os olhos marejam, o juiz, que em nenhum momento se identificou como magistrado (a não ser em uma ocasião que lhe perguntaram se era o promotor), se dirige ao local onde se encontra a menor. Médicos aparecem. Antes, porém, TALVICK fixa os olhos em cada uma das crianças que se encontravam na sala. Se dirige então a uma daquelas que ali estão, faz um ligeira graça e passa a mão na cabeça dela. Cobra explicações médicas sobre o estado de saúde de H.E.A.D e obtém todas as informações que queria. Sai, vai embora! O telefone continua ligado! Fez tudo que podia. Aliás, deferiu tudo o que era permitido (UTI em hospital público; UTI em hospital particular e UTI no Ar, com providência de transferência para outro Estado). Está anoitecendo. TALVICK determina seja efetivado plantão para intimação de tudo, nas pessoas dos Secretários Municipal e Estadual. Quer que o esforço não cesse! Precisa salvar vidas! A luta continua!
Ei, você que está lendo! Se Y.F.C.A. e H.E.A.D vierem a óbito, é bom que todos saibam: TALVICK AFONSO ATTA DE FREITAS, JOSÉ LUCÍOLO GORAYÉB SANTOS, RONALD PEREIRA DOS SANTOS, CLÁUDIO SÁ PEREIRA e DÉBORA JANE fizeram tudo que podiam. Absorveram a dor de pacientes que não têm plano de saúde. Cada um deles se doou por inteiro, em seus deveres, em suas missões. Usaram da iniciativa e da decisão correta, assim como do olhar compadecido e da palavra e atenção que confortam os desesperados, dando um certo alívio à dor alheia.
TALVICK, se mostrou magistrado de corpo e alma. Feliz de você TALVICK, que conseguiu reunir essas duas características. Que respeito você possui pela sua profissão. Você é um guardião do Poder Judiciário justo, correto, operante e honesto. Admirável, sua devoção!
JOSÉ LUCÍOLO GORAYÉB SANTOS e RONALD PEREIRA DOS SANTOS, em tempos nefastos para o Ministério Público Estadual, eis que surge a luz no fim do túnel. Que trabalho incansável! Tudo começou com você, GORAYÉB. Vocês lutaram pela construção da cidadania e da justiça social. Realçaram que a vida só tem um sentido, sendo este o de investir nossa vida na vida dos outros. Encarnaram a luta dos outros, como se fosse de cada um de vocês, de cada um de nós, do coletivo.
CLÁUDIO SÁ PEREIRA e DÉBORA JANE, a imprescindibilidade de cada um de vocês, neste caso, se esforçando de forma incansável, dignifica a profissão de Auxiliares da Justiça, já que mantiveram conduta compatível com a responsabilidade e dedicação que a sociedade espera de tão dignificante e necessária atuação.
É noite de domingo. São 21h53. Faz 5 minutos que recebi duas ligações. São familiares de ambas as crianças. Me relatam que depois da visita do Juiz TALVICK e do Auxiliar CLÁUDIO, o atendimento melhorou muito.
Ei, você que está lendo! Se as crianças Y.F.C.A e H.E.A.D sobreviverem, por certo devem a vida a TALVICK AFONSO ATTA DE FREITAS, JOSÉ LUCÍOLO GORAYÉB SANTOS, RONALD PEREIRA DOS SANTOS, CLÁUDIO SÁ PEREIRA e a DÉBORA JANE.”
Um comentário:
Parabéns aos colegas citados no artigo. Nos aliviam a alma. Ainda há esperança!!
Dessas pessoas é que precisamos no poder. Temos que quebrar aquela "lógica" interiorana de só reclamar, mas manter os caciques no poder.
Como diz Juarez, na política não há lacunas. Assim, se as pessoas de bem não ocuparem seus espaços, continuaremos a ver o que temos vistos por aí (e principalmente por aqui).
abraços e ESPERANÇA a todos.
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