A salutar
dinâmica da democracia interna na instituição do Ministério
Público faz-nos aproximar de mais uma eleição para o cargo de
Procurador-Geral de Justiça do Estado do Maranhão, momento que nos
remete ao aprofundamento das reflexões e, naturalmente, ao exercício
de fazer escolhas.
Do
escrutínio das movimentações políticas no seio do Ministério do
Público do Estado do Maranhão, vejo que a nossa instituição é
privilegiada por tantos nomes valorosos que se dedicam a servi-la.
Lanço-me nesse rosário e compareço perante vós com humildade,
mas, também, com a segurança de minha capacidade para o lídimo e
correto desempenho de tão importante missão.
Em alusão
à experiência vivida ao longo de 25 (vinte e cinco) anos de
Ministério Público, posso citar a competência, a temperança, a
serenidade, a justiça e a prontidão para o debate virtuoso, entre
as características que marcam minha atuação no decorrer desses
anos na instituição, o que, tenho certeza, junto com a sua
confiança e, sobretudo, a sua indispensável colaboração, me
credenciam a exercer o cargo de Procurador-Geral de Justiça com
probidade e eficiência, convicto de que a instituição deve avançar
com um vigoroso investimento em sua modernização e
profissionalização, o que passa por uma inevitável
descentralização administrativa.
O
Ministério Público existe muito antes de nós e a todos perpassará.
Não podemos sucumbir à ilusão de que tudo começa agora ou a cada
eleição. Por certo que é sempre preciso e desejável pensar e
praticar o novo, mas sem esquecer que o infindável processo de
construção do Ministério Público remonta a um passado distante,
cuja compreensão é imprescindível para a consolidação de uma
base sólida onde as inovações possam ser edificadas.
Independência
funcional, autonomia administrativa e dimensão constitucional
paritária ao Poder Judiciário são conquistas decorrentes de lutas
que fazem parte desse processo contínuo que todos, notadamente
aquele que se dispõe a chefiar a Instituição, precisam compreender
bem para não as colocar em risco.
Esperando
receber a distinção do seu apoio, acentuarei a luta pelo
engrandecimento da instituição, sabedor de que isso somente é
possível se tivermos firme no horizonte de nossos caminhos o valor
do justo em todas as questões que lhe são correlatas, sem
assombros, sem personalismos, sem ressentimentos, sem pernosticismo.
Com a
convicção de que somos todos passageiros dessa instituição
permanente e sublime que é o Ministério Público, tomando o termo
passageiro em seus dois sentidos. Um, o de que somos efêmeros, pois
passaremos e a instituição ficará. Dois, o de que estamos todos a
bordo de uma mesma nau, sendo-nos, portanto, essencial que, maturadas
as divergências no debate leal, envidemos esforços na única
direção que nos é dado seguir, qual seja, no sentido da defesa
austera da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses
sociais e individuais indisponíveis.
Recentemente,
fiquei encantado ao saber que, no Oriente Médio, há uma orquestra
formada por músicos judeus e palestinos que convivem e se relacionam
em completa harmonia, numa demonstração literalmente sonora de que
é possível a convivência de forma pacífica e respeitosa, apesar
das diferenças, sem a preocupação de um se desfazer do outro.
Esse
exemplo que vem de longe serviu para reforçar a minha convicção de
que a liderança para ser boa tem que ser exercida construtivamente,
livre de maus sentimentos. Liderar administrando as diferenças para
que, em um instante, se conciliem em prol do objetivo comum que, no
nosso caso, é um Ministério Público forte, combativo e estruturado
para atender com eficiência e resolutividade as demandas daquela que
é e precisa continuar sendo a maior de nossas parceiras, a
sociedade.
Com o
histórico de sempre ter honrado a confiança em mim guardada pelos
membros do Ministério Público, compareço perante a classe
ministerial, colocando-me como candidato ao cargo de Procurador-Geral
de Justiça do Estado do Maranhão, com a expectativa de contar com o
apoio de todos e, assim, possamos juntos, sem a exclusão de ninguém,
realizar uma gestão que busque a excelência no desempenho da missão
que nos foi abonada pela Constituição.
Agradecido
pela sua atenção receba o meu abraço fraterno.
São
Luís, 20 de março de 2012
Francisco
das Chagas Barros de Sousa
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