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Quem trouxe?
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O Moura.
Pegou a sacola, mandou que o assessor se ausentasse, passou a chave.
Retirou dela uma caixa de sapatos e rasgou o papel que a encobria.
Deveria conter um revólver e cápsulas deflagradas; e continha, uma
delas, até, chapiscada de sangue. Havia mais que o esperado. Um
envelope com o timbre do tribunal guardava duas fotografias do morto;
melhor, do executado. Dois furos na cabeça e o culhão extirpado.
Muito sangue. Fitando a obra encomendada, transpirava ódio do outro
e nojo de si. Não segurou o vômito. Vingara-se, em nome da sobrinha
violada. “A justiça foi feita, desembargador”, ouviu ao
telefone. Irrompendo em soluços, resumiu-se num balbucio: “Obrigado,
governador”. Sob os olhos, a notícia de um preso morto ao pular da
viatura.
Um comentário:
Lembra o caso do Valnei Magalhães.
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