Do colega Celso Coutinho, filho
Promotor de Justiça de São Bento
Avizinha-se a votação para escolha do futuro Procurador-Geral de Justiça, em cujas mãos estarão, nos próximos dois anos, os rumos do Ministério Público do Estado do Maranhão. Seis candidatos e uma candidata são os postulantes ao cargo. Cada qual com sua história e propostas. Oxalá o compromisso de todos seja, efetivamente, com o engrandecimento de tão augusta instituição. É o que esperam seus membros, servidores e, também, toda a sociedade.
O pleito presente exibe nuanças que, por linhas de ouro, o inscreve, definitivamente, na história. Destaco a pluralidade de candidatos e o ineditismo dos debates.
Há doze anos juntei-me ao seleto grupo dos membros do Ministério Público do Estado do Maranhão. Por todo esse tempo, não me lembro de outra eleição para Procurador-Geral de Justiça que chegássemos à fase em que nos encontramos, sem o nome sabido do futuro detentor da madre-leme ministerial.
Alvíssaras para todos nós.
Na mesma vereda que trilhou o colega Francisco Fernando de Morais Meneses Filho, no post “Bem-vindos ao Caos”, quero erguer a taça e brindar a divergência. Esta, seguramente, já trouxe aos povos mais benefícios que o consenso. Sou recorrente em lembrar o exemplo de Hungria, que, certa vez, dirigindo-se à Escola de Belas Artes para proferir uma palestra, encontrou um amigo que, ao saber da palestra, logo perguntou: “contra quem?”. Dizia o mestre penalista que se estivesse em algum lugar onde ninguém dele discordasse, ele sentia que as suas palavras estavam sendo inúteis. São suas as palavras que seguem: "a minha afinidade com os advogados vem da minha propensão para o fogo cruzado dos argumentos e contra-argumentos. Sei por experiência própria e cotidiana que, no entrechoque dos pensamentos divergentes, pode surgir o conceito exato ou a hipótese feliz, como salta a fagulha no atrito do fuzil com a pederneira".
Que tenhamos um final de período eleitoral assinalado pela proficuidade das discussões, mantendo os candidatos a civilidade e o respeito. Rememoro a advertência do colega Juarez Medeiros, no azo da última eleição para AMPEM: “clamamos para que se evitem os factóides, as ‘verdades’ de última hora, que, ao final das campanhas, infantilizam a maioria dos processos eleitorais” (post "Excelentes", de 25/11/2007, in Blog O Parquet).
Que a prática abjeta das covardes missivas anônimas estejam sepultadas em um passado de nenhuma saudade.
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