Uma chuva de tiros a cem metros de nossa promotoria de justiça. Hoje (01/12), foi a vez do Banco do Brasil, em Mirador. Das 9:30 às 10, a intimidação de sempre: homens encapuzados, violência, correria, portas cerradas. Nenhum ferido grave. Uma senhora alvejada distante do local. Os reféns ilesos. “Um milagre!” “Graças a Deus!” Por sorte, o helicóptero da polícia estava próximo, em Colinas. Embrenharam-se no mato, e ela no encalço. Agora, é a noite e seus medos.
Depois, a cidade na rua fervia em depoimentos e conjecturas, com todos os seus personagens registrados em anônimos celulares.
Sim, ao vivo, é muito pior. O som dos tiros e o silêncio que impunham sobre a cidade, pareciam o hálito da morte tentando alcançar algum vivente desprevenido. Mas, hoje, não.
(A propósito, existe, existiu, existirá alguma política de segurança para evitar a previsível repetição desses crimes?)
Um comentário:
"Sim, ao vivo, é muito pior". Trabalho no fórum local e também vivenciei esse momento tão bem ou mais aterrorizante aqui relatado.
Em virtude das facilidades de comunicação disponíveis atualmente, contando com a sorte de haver uma equipe do GTA na cidade próxima de Colinas, a reação policial foi imediata e quase instantânea, o que certamente não esperavam os assaltantes e prejudicou o sucesso do evento criminoso.
O saldo foi positivo, pois nenhuma vida foi perdida, algum dinheiro recuperado e armas apreendidas, mas, sem adentrar nas táticas policiais, quero aqui deixar meus elogios a alguns bravos policiais militares e civis locais cuja munição mais poderosa foi a coragem, não se acovardaram e numa enorme deficiência de número e armamento enfrentaram os marginais.
A crítica fica a atuação dos grupos especiais tidos de elite das policias militar e civil, que mais uma vez decepcionou toda comunidade que ansiava ver punidos quem espalhou o terror. Ora, para que servem homens tão bem treinados e equipados? Para ficarem dando voltas de viatura na sede da cidade ou para se acomodarem confortavelmente num hotel por volta das 19h, como fui testemunha? E que utilidade tem um helicóptero se fez poucas incursões em direção a rota de fuga dos criminosos no momento em que empreendiam fuga e permaneceu muito tempo pousado na sede da cidade? Que êxito teriam...? Será que o mesmo êxito do assalto anterior (janeiro de 2007) que, segundo relatos da população, alguns homens dessa força policial foram a um clube local e prometiam “voltas de avião para as meninas”? Por tudo isso, esperamos que agora o serviço de inteligência policial consiga identificar esses criminosos para que sejam alcançados e punidos.
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