Cinco dos oito candidatos ao Conselho Superior compareceram ao debate promovido pela AMPEM, mediado pelo jornalista Itevaldo Júnior, no final da tarde de hoje, no auditório da OAB: Eduardo Nicolau, Rita de Cássia, Suvamy Meireles, Terezinha Guerreiro e Themis Carvalho. Os candidatos Flávia Vieira e José Argolo justificaram as ausências.
Essa iniciativa é mais um passo para consolidar a realização de debates em todos os processos eleitorais do Ministério Público. Os próximos deverão ser para a eleição da AMPEM, em dezembro; e para a de Procurador-geral, em maio. Sugere-se que não sejam assim bem na véspera da eleição. Uns 10, 15 dias antes, melhor, para o remédio ou o veneno fazerem algum efeito no corpo do paciente.
O público não foi expressivo, como na maioria dos eventos ministeriais não coercitivos. Foram 10 perguntas, respondidas por todos os candidatos: poucas certezas, muita hesitação, alguns risos, outras vergonhas. Mas, valeu, sim! Foram duas horas e quarenta minutos investidos para tentar construir processo eleitoral menos infantil.
Canguristas unidos jamais serão vencidos
A maioria dos candidatos defendeu abertamente o cangurismo, disfarçando-o no argumento de que possuem uma espécie de, sei lá, régua de cálculo infalível, que distingue milimetricamente o merecimento entre os promotores. Ou, talvez seja algum software que calcula coisas do tipo: quanto vale uma audiência de instrução que durou 5 horas, ou uma em que o promotor só assinou a ata; uma ida à delegacia, ou uma palestra num povoado; quanto vale quem só trabalha terça, quarta e quinta (TQQ); quanto vale um fim de semana na comarca; quanto vale o atendimento ao público (10 pessoas, 100 pessoas); um título de cidadania municipal; quantos pontos perde quem nunca fez um júri; ou quantos ganha quem o faz em outras comarcas; quanto vale um problema de saúde na família, uma puxação, uma rasgação, e por aí vai.
A famosa miguelagem ministerial. Paciência, mas há quem acredite.
Estamos disponibilizando o áudio do debate, gentilmente cedido pela AMPEM. Dele extraímos alguns aperitivos:
Manifesto da babinha
O candidato Eduardo Nicolau, respondendo à pergunta do colega Vicente, que indagava se, diante do desinteresse dos Procuradores, não seria o caso de possibilitar a candidatura de promotores:
"Esse desinteresse, Dr. Vicente, ele veio de acordo com a falta de remuneração do Conselho. Quando existia o jetom, antes do subsídio, eram 15, 20 candidatos. Quando nós ficamos no teto e no subteto, então como é maçante, é estressante, é só processo, não tem dinheiro, era uma merenda ralada, sexta-feira, no final do expediente, então foi caindo a quantidade de Procuradores que ainda se atrevem a ser candidatos ao Conselho. Mas, se Vossa Excelência fizer um manifesto para que volte uma babinha, um dinheirinho pros Procuradores que vão pro Conselho, Vossa Excelência pode ter certeza de que todos irão se inscrever. Desculpe a verdade, viu?"
Mas, quer que mude?
A candidata Terezinha Guerreiro, respondendo a essa pergunta do Vicente:
"Todo mundo me conhece. Eu sou legalista. Então, de início é preciso que mude a lei. [...]"
Já gritou, ou ainda vai gritar?
A candidata Rita de Cássia, respondendo à pergunta do colega Gonzaga, sobre a possibilidade de respeito à antiguidade, diante da falta de critérios para aferir o mérito nas promoções:
"[..] Eu entendo que o cuidado que é indispensável se tenha nessa questão é promover uma pessoa que mérito não tenha pelo critério de merecimento. Isto sim, eu acho que contra isso a gente tem que gritar, não é só falar não […] E volto a dizer, gritemos quando alguém votar, mas botar a boca no trombone mesmo, por merecimento, em alguém que não tenha mérito."
Para mais, baixe o áudio, e boa viagem. Para ouvir logo, clique no player abaixo. A colega Themis tem meu voto.
Essa iniciativa é mais um passo para consolidar a realização de debates em todos os processos eleitorais do Ministério Público. Os próximos deverão ser para a eleição da AMPEM, em dezembro; e para a de Procurador-geral, em maio. Sugere-se que não sejam assim bem na véspera da eleição. Uns 10, 15 dias antes, melhor, para o remédio ou o veneno fazerem algum efeito no corpo do paciente.
O público não foi expressivo, como na maioria dos eventos ministeriais não coercitivos. Foram 10 perguntas, respondidas por todos os candidatos: poucas certezas, muita hesitação, alguns risos, outras vergonhas. Mas, valeu, sim! Foram duas horas e quarenta minutos investidos para tentar construir processo eleitoral menos infantil.
Canguristas unidos jamais serão vencidos
A maioria dos candidatos defendeu abertamente o cangurismo, disfarçando-o no argumento de que possuem uma espécie de, sei lá, régua de cálculo infalível, que distingue milimetricamente o merecimento entre os promotores. Ou, talvez seja algum software que calcula coisas do tipo: quanto vale uma audiência de instrução que durou 5 horas, ou uma em que o promotor só assinou a ata; uma ida à delegacia, ou uma palestra num povoado; quanto vale quem só trabalha terça, quarta e quinta (TQQ); quanto vale um fim de semana na comarca; quanto vale o atendimento ao público (10 pessoas, 100 pessoas); um título de cidadania municipal; quantos pontos perde quem nunca fez um júri; ou quantos ganha quem o faz em outras comarcas; quanto vale um problema de saúde na família, uma puxação, uma rasgação, e por aí vai.
A famosa miguelagem ministerial. Paciência, mas há quem acredite.
Estamos disponibilizando o áudio do debate, gentilmente cedido pela AMPEM. Dele extraímos alguns aperitivos:
Manifesto da babinha
O candidato Eduardo Nicolau, respondendo à pergunta do colega Vicente, que indagava se, diante do desinteresse dos Procuradores, não seria o caso de possibilitar a candidatura de promotores:
"Esse desinteresse, Dr. Vicente, ele veio de acordo com a falta de remuneração do Conselho. Quando existia o jetom, antes do subsídio, eram 15, 20 candidatos. Quando nós ficamos no teto e no subteto, então como é maçante, é estressante, é só processo, não tem dinheiro, era uma merenda ralada, sexta-feira, no final do expediente, então foi caindo a quantidade de Procuradores que ainda se atrevem a ser candidatos ao Conselho. Mas, se Vossa Excelência fizer um manifesto para que volte uma babinha, um dinheirinho pros Procuradores que vão pro Conselho, Vossa Excelência pode ter certeza de que todos irão se inscrever. Desculpe a verdade, viu?"
Mas, quer que mude?
A candidata Terezinha Guerreiro, respondendo a essa pergunta do Vicente:
"Todo mundo me conhece. Eu sou legalista. Então, de início é preciso que mude a lei. [...]"
Já gritou, ou ainda vai gritar?
A candidata Rita de Cássia, respondendo à pergunta do colega Gonzaga, sobre a possibilidade de respeito à antiguidade, diante da falta de critérios para aferir o mérito nas promoções:
"[..] Eu entendo que o cuidado que é indispensável se tenha nessa questão é promover uma pessoa que mérito não tenha pelo critério de merecimento. Isto sim, eu acho que contra isso a gente tem que gritar, não é só falar não […] E volto a dizer, gritemos quando alguém votar, mas botar a boca no trombone mesmo, por merecimento, em alguém que não tenha mérito."
Para mais, baixe o áudio, e boa viagem. Para ouvir logo, clique no player abaixo. A colega Themis tem meu voto.
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