sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Coelho Neto

A viagem foi antecipada para o jornalista Coelho Neto (56). No final dos anos 70, foi um dos precursores da retomada do movimento estudantil na Universidade Federal do Maranhão. Ele, Marcos Igreja, Inês, Nonato Medeiros, Cícero da Hora, entre outros. Presidente do Diretório Central dos Estudantes, em 1977. Depois, firmou-se jornalista e professor.

No ano passado, coordenava um bom grupo de jornalismo, para o maior trabalho sobre a memória da luta pela meia-passagem, que completava 30 anos (17/09). No primeiro semestre, nos avistamos, trocamos lembranças. Deixou seu legado.

Um comentário:

Igor disse...

Caro Juarez

Por recomendaçao do procurador Raimundo Nonato de Carvalho Filho,hoje sou leitor do seu blog.
Parabéns pelo estilo e qualidade. Que,partindo de você, não me surpreende. Apenas continue. Um abraço, José Machado.

A propósito do seu comentário sobre Coêlhoi Neto, escrevi esta crônica, que saiu no Informe JP de hoje, 9 de janeiro:



Morre um Coêlho... Neto!

Ainda não se sabe direito, quando se vai a um velório, se prestamos mais solidariedade ao morto ou à família dele.
Mas isso depende muito do sentimento de que é imbuído o visitante do defunto. Às vezes, a pessoa tem um laço de amizade grande com o falecido e quase nenhum com os familiares – pais, mulher, filhos, irmãos, etc. E há os casos em que o morto é um ilustre desconhecido, mas é parente próximo de alguém que amamos muito.
Com jornalistas, achamos, é diferente. Muitas vezes os conhecemos de falar no rádio, na televisão ou pelas reportagens ou crônicas de jornal – agora, também temos os jornalistas blogueiros e os blogueiros não jornalistas. Mas criamos uma intimidade tal que ficamos sinceramente condoídos com tudo que com eles acontece. Se morrem, então...
Talvez, por isso, apareça tanta gente no velório de um jornalista.
Ontem, a cidade amanheceu com a notícia da morte do jornalista maranhense Raimundo Nonato Coêlho Neto. Ou, simplesmente, Coêlho Neto, 56 anos de idade. Deixou-nos de madrugada, vítima de parada cardíaca. Dormiu vivo, acordou morto, como diz o povão.
A notícia pegou a todos de surpresa. Até porque eram mais notórias as atividades profissionais dele – líder estudantil e professor do Curso de Comunicação Social da Universidade Federal do Maranhão, repórter local da TV Globo, organizador do já esperado congresso anual de jornalistas, candidato a deputado estadual... – do que o seu histórico de saúde.
Soube-se, ontem, que a diabetes estava complicada e precisaria viajar urgente a São Paulo... Já havia ultrapassado turbulências cardíacas. Também era um inveterado fumante.
O certo é que o jornalista Coêlho Neto, filho do querido Itapecuru – o seu homônimo mais famoso era de Caxias -, não passou opaco pela vida. Sua morte comoveu a muitos. No velório do Parque da Saudade do Vinhais, quase todos que o conheciam tinham uma história dele prá contar. Houve até quem se arriscasse a falar mal do morto. Mas, garantimos, quase cem por cento só falou bem...
Houve até quem afirmasse que “pressentiu” a morte dele. O jornalista José Machado jura que, na madrugada da morte de Coêlho Neto, sonhou com ele num cenário em que também se encontravam o senador Epitácio Cafeteira e o presidente Lula. E lamentava que a “premonição” tenha sobrado para o mais fraco...
No mais, resta dizer que está ficando cada vez mais comum jornalistas se encontrarem apenas no velório de colegas. E que seria de bom alvitre quebrar a norma de que a reunião se dê sempre em torno de alguém que, obrigatoriamente, esteja de pés juntos no meio do salão e não participe do convescote.

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jose.machado2@yahoo.com.br