Ida. Choque de caminhões baú e tanque, entre Independência e Peritoró. Morte. Corpo nas ferragens, sangue no chão. A tropa de saque à carga do baú emerge de todos os lados. Nenhuma persignação pela vítima. Aquela notícia atingirá mãe, esposa, filhos? Haverá choro, dor. O engarrafamento espicha. Quem seria? Estamos vivos!
Volta. Carona ao garoto do humhum. Estuda? Humhum. Gosta do colégio? Humhum. Ficou no Sanharó. Mesma estrada. Café com queijo. A rapadura pro meu velho. Mesmos buracos. Sinais de eleições em todo lugar. É povo! Meu pendrive eclético: Gardel, Belchior, Eva Cassidy, Chico César, Elton John, Albinoni, Maria Bethânia, enchem todos os espaços com lembranças, e viajo para o futuro, percorrendo tantos passados. Capturo o sol. A noite cai. Mais cautela. Passo no mesmo lugar. A quem pertenceria aquele luto? Protegei-nos, Senhor. Meu amor me espera e me recebe. É o sorriso mais lindo. Estamos vivos!
Um comentário:
LINDONJONSON:
Caro Juarez,
Como se pode dizer tão pouco sobre essas idas e vindas, o melhor é lembrar Drumond.
"Cidadezinha Qualquer"
Casas entre bananeiras
mulheres entre laranjeiras
pomar amor cantar.
Um homem vai devagar.
Um cachorro vai devagar.
Um burro vai devagar.
Devagar... as janelas olham.
Eta vida besta, meu Deus.
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