sábado, 21 de novembro de 2009

Quem foi?

Tenho nome e sobrenome. Algumas virtudes e muitos defeitos. Ser humano mesmo, assim, imperfeito. Até hoje não me ocorreu o medo de pensar e dizer o que penso, podendo ser grande tolice ou quase sabedoria. Nada tão significativo que não venha a ser devorado pela terra ou facilmente varrido pelo tempo. Aprendi o gosto pela luta. Isso pode nem valer muita coisa, mas não sei de que outra forma tudo o que o homem construiu, ou ainda terá por destruir, seria ou será alcançado. Por fim, não me considero em nenhuma altura. Vivo ao rés do chão da igualdade. E, por isso, jamais aceitarei ver uma sola de sapato.

O Ministério Público não é uma instituição dos deuses. É dos homens. A porta de entrada é um simples teste de conhecimentos jurídicos, não um noviciado. Por ela passam seres de todos os matizes, desde que marquem as respostas certas no gabarito. Há de tudo, inclusive os universais loucos de todo gênero.

As tarefas que se cometem ao Ministério Público têm ido além dos seus ombros. E muitas não serão vencidas com o traje da burocracia, senão com a alma empenhada.

Há mais de dois anos mantemos este blog, com o título “um espaço para divulgação de ideias e suas consequências”. Simplesmente isso: um espaço, um locus, não para os que pensam, mas para os que, além disso, não têm medo. Jamais deixamos de publicar o texto que algum colega nos tenha enviado.

Todo blogueiro tem dificuldades para administrar comentaristas. Os anônimos, que falam sem ofensa à honra ou outro animus maligno, seriam desculpáveis. Mas são raros. Logo, debilitados morais assanham suas letras.

Peço venia para publicar um desses comentários anônimos lançados na postagem “Freud explica”. Venia, ainda, para postá-lo em seu português original e, dele, sublinho apenas uma passagem:

Eureca, eureca... Dr. Sandro Bíscaro, tornou-se um gênio, com suas idéias resolverá todas as mazelas e dificuldades que enfrentam o MPE. Por que não levou essas maravilhas ao conhecimento da sua eleitora, Dra. Fátima Travassos? Extinguir 10 cargos de procurador de justiça e 30 de promotores da capital resolveria todos os problemas do MPE? Ou, não seria uma verdadeira sandice, loucura, despautério do nobre promotor de justiça ao fazer essas afirmações? Queria, na realidade, angariar, adeptos ás suas elucubrações? Teria, na realidade, algum parâmetro, para afirmar, categoricamente, que todos os problemas do MPE seriam solucionados com a simples extinção de 10 cargos de procuradores e 30 cargos de promotor de justiça? Ou queria, em ultima analise diminuir a distancia que separa o Dr. Sandro para chegar a capital? Ou, em ultima analise, o Dr. Sandro tem consciência de que nunca chegara na capital e, para isso, precisa extinguir cargos da 2º estância e cargos da 3º entrância? Ora, Dr. Sandro, não é com a extinção de 10 cargos de procurador de justiça e 30 cargos de promotor de justiça, que Vossa Excelência extinguira todas as mazelas do MPE, não acredita que Vossa Excelência, pense dessa forma. Conhecer todos os problemas do MPE representa um grande ônus, que só é percebido por aqueles que exercem os mais altos cargos da Administração Superior. Tenho, e ainda não conheço, durante quase 30 anos de exercícios das funções ministeriais uma instituição estatal mais democrática, mais respeitadora das individualidades pessoais de cada membro, do que o MPE. Por isso, talvez, não saibam os seus membros respeitá-la, honrá-la e dignifica – lá. O respeito do MPE passa, inicialmente, pelo respeito de seus membros á instituição, o Dr. Sandro precisa, urgentemente fazer uma reflexão, principalmente, quanto, sim, percentualmente, contribuíam para o MPE faça cumprir suas obrigações. Dr. Sandro, não é extinguindo cargos, que se resolverá as mazelas institucionais, concientise-ze , Vossa Excelência trabalha muito menos a maioria dos promotores e procuradores de justiça da capital. É uma ofensa, ou no mínimo uma tremenda burrice, quando afirma que deve se extinguir cargos, principalmente, quando o MPE não está tendo condições de repor, os quadros do MPE que estão vagos. A sua candidata, não poderá nomear as quase 60 vagas dos cargos dos promotores de justiça, podendo apenas nomear apenas 18 promotores que se submeteram a concurso ( 18 votos pois não sabem ou não querem saber do que passamos no MPE ). Pense nisso, faça uma reflexão sobre sua atividade na comarca de imperatriz, pois será que Vossa Excelência estará cumprindo com suas obrigações, os consumidores estão satisfeito com sua atuação na comarca? Quantos procedimentos estão pendentes de andamento? Sua família encontra-se em imperatriz? Ou, Vossa Excelência, terá que viajar para cidade natal, a fim de manter contato com os familiares? Pede autorização para tanto, ou, Vossa Excelência por ser promotor, está acima dos órgãos superiores do MPE? Reflita, antes de querer ser a palmatória do mundo? E o TQQ, como é que vai?

Dr. Juarez, Dr Juarez, por favor, não utilize a tesoura da ditadura, os nossos colegas precisam de uma reflexão, quer pelas funções que exercem, quer pelos vencimentos pagos por uma sociedade maranhense excluída dos mais comezinhos direitos. Espero a publicação.

Abraços, Celso Magalhães

Para que tenha se doído com a postagem "Freud explica", assinada pelo colega Sandro Bíscaro, tudo indica que o anônimo a se passar por “Celso Magalhães”, enxovalhando com a falta de coragem nosso patrono, não seja um leitor desinteressado, um servidor ou colaborador do Ministério Público. Ao contrário, os indícios apontam para que seja membro antigo da instituição, procurador(a) de justiça, talvez, ou promotor(a) da capital.

Espero, sinceramente, que não tenha sido nenhum desses colegas, mas meu coração reluta, porque ao ler esse comentário morri de pura vergonha ao me ver parte de uma instituição em que um dos seus membros, ― com mais de 30 anos ―, ainda se esconde no esgoto do anonimato, só não sei se por temer os raios do sol ou se por merecimento.

Diante disso, com licença dos anônimos de boa-fé, só publicaremos comentários encaminhados para o email do editor: juarezxyz@gmail.com. Afinal, presume-se que todo internauta saiba postar um email e assinar o nome.

3 comentários:

Reinaldo Campos Castro Júnior disse...

Caro amigo Juarez,

Fazia algum tempo que não me manifestava no Blogue, algumas vezes pela minha incompetência de lembrar as senhas que me davam acesso à página dos comentários (já tive inúmeras senhas e não me lembro de nenhuma delas) e outras pela preguiça mesmo.

Primeiramente, quero, publicamente, parabenizar o colega Samaroni Maia pela análise crítica do nosso Ministério Público no que tange à falta de ações efetivas e ordenadas no combate à corrupção; assim, e sem entrar em mais polêmica, tal crítica, que como disse o colega, deve ser estendida a todos nós que compomos a instituição.

Em segundo, não há como ficar calado e indignado com a possibilidade do subscritor do comentário contra o colega Sandro, que adotou o pseudônimo Celso Magalhães, ser um membro do Ministério Público.

Espero e torço sinceramente para que este cidadão seja um daqueles bandidos que temem o Ministério Público ou um ignorante qualquer que ainda não entendeu as funções de nossa instituição.

Fico triste somente com a possibilidade de que um membro do Ministério Público utilize o anonimato para atacar pessoas, em particular o colega Sandro, que tem a coragem de expor suas idéias, fazendo jus à coragem que deve ser ferramenta de trabalho de qualquer promotor de Justiça.

Reinaldo Campos Castro Júnior
Promotor de Justiça em Raposa

Rodrigo Bastos Raposo disse...


Olá a todos!
O anonimato, o argumento ad hominem, a intolerância para com o pensamento divergente não contribuem para a construção de um auditório racional.

As idéias existem para ser expressas e apoiadas, criticadas ou combatidas, conforme o caso.

Creio ser plenamente possível discordar do senhor Bíscaro de maneira mais elegante e consistente.

Espero que o façam, para enriquecer a discussão e impedir que a mesma se perca em meio a insultos.

Se o propósito é aprimorar a instituição Ministério Público, as idéias devem ser colocadas na mesa sem preconceitos ou temores e discutidas por seus méritos.

De toda forma, e graças a este blog, o colega anônimo nos brinda com uma lição de como não criticar uma idéia.

Cordiais saudações,
Rodrigo Otávio Bastos Silva Raposo
rodrigobastosraposo@hotmail.com

sandro bíscaro disse...

Uma reflexão de um autor cujo nome não recordo: "se o que digo lhe é indeferente, jogue pela janela; se lhe incomoda, reflita."