Do colega Marco Antonio Santos Amorim, promotor de justiça em Dom Pedro:
"Em outras oportunidades manifestei preocupação sobre como vinha sendo conduzido o processo eleitoral de escolha do novo Procurador-Geral de Justiça. Preocupação não apenas pelo que o (a) candidato (a) seria capaz de fazer para galgar o posto máximo da instituição, mas, principalmente, pelo modo como os colegas estavam se sujeitando a essas investidas. Embora a prática de oferecer vantagens seja recriminável, entendo mais repugnante aceitá-las. Achava eu, no ápice de minha ingenuidade, sermos um eleitorado qualificado.
"Em outras oportunidades manifestei preocupação sobre como vinha sendo conduzido o processo eleitoral de escolha do novo Procurador-Geral de Justiça. Preocupação não apenas pelo que o (a) candidato (a) seria capaz de fazer para galgar o posto máximo da instituição, mas, principalmente, pelo modo como os colegas estavam se sujeitando a essas investidas. Embora a prática de oferecer vantagens seja recriminável, entendo mais repugnante aceitá-las. Achava eu, no ápice de minha ingenuidade, sermos um eleitorado qualificado.
Nesse período eclodiram denúncias de deferimento de direitos fora da ordem dos requerimentos, notícias de abordagens sistemáticas aos novos promotores e negativa de fornecimento do auditório da PGJ para realização de debate promovido pela entidade de classe, apenas para citar algumas.
Até na lista entregue à Governadora não havia menção à ordem de classificação dos candidatos e tampouco o número de votos por cada qual alcançado.
Um desavisado querendo estas informações não as encontrará no sítio eletrônico da instituição.
Ouvi repetidas vezes que os novos colegas seriam o fiel da balança e que suas nomeações, às vésperas do pleito, a fariam pender para o lado de determinada candidatura. Devo defendê-los. Tratam-se de pessoas honradas que ingressaram no Ministério Público por seus próprios méritos e assim como cada um de nós, membros, foram decisivos para o resultado que se seguiu. Cada voto tem o mesmo peso. Não permitiriam serem “marcados” como o povo da música Admirável Gado Novo, de Zé Ramalho.
Hoje, passada a eleição, merecemos que a Governadora utilize o prazo máximo para nomeação do novo Procurador-Geral. Este malfadado “segundo turno” que tantos querem extirpar, com a condição de que seja na próxima eleição. Não foi o legislador quem nos rebaixou, quem nos humilhou, tratamos de fazer isso sozinhos. Exigimos a mudança desta regra constitucional e fazemos letra morta de outra, que nos garante a autonomia e independência. Que promessas estarão sendo feitas, em nosso nome, à Governadora neste momento? Afinal de contas, para que perdemos nosso tempo indo às urnas se nenhum candidato assume o compromisso de rejeitar sua nomeação se não for o mais votado? No final sempre prevalecerá o valor das amizades, independentemente do fato de esta se travar com pessoas que respondem ou não a processos movidos pelo próprio MP.
Qualquer que seja o (a) escolhido (a), agirá a Governadora nos estritos limites da legalidade. Pouco muda na vida de cada um de nós, fazendo muita diferença, apenas, para os que se sentem perseguidos ou para os que buscam proteção. Não é o meu caso.
Por fim, gostaria apenas de parabenizar o colega Gilberto Câmara pela coragem de enfrentar, de peito aberto, três medalhões do Ministério Público. Ao vê-lo firme, combatente, senti que é possível mudar, sem desagregar. Senti que é possível aos colegas andarem pelos corredores sem serem taxados por pertencerem a este ou aquele grupo. Talvez, colega Gilberto, você e Dr. Francisco Barros tenham sido vítimas de uma eleição que se mostrou plebiscitária e que não acaba quando termina."
2 comentários:
Colega Marco Antônio, nem tudo está perdido. Ao mesmo tempo que repugnamos as velhas práticas eleitoreiras dentro do Ministério Público, percebemos a altivez de outros da mesma instituição, como voce, nosso colega Gilberto, e tantos outros...
"Nem tudo está perdido, disse Elda....”
(O comentarista não se identificou. Não publicamos anônimos)
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