domingo, 26 de agosto de 2007

Profissão de fé

Perdi a aposta numa participação mais relevante dos colegas no Seminário “Pensando o Ministério Público”. Provavelmente perderei outras. Mas não desisto, não desistirei. A pergunta que sempre sobressai é: o que fazer? Como atrair pessoas com excelentes salários, garantias e prerrogativas espetaculares, para uma troca de experiências, idéias e propósitos?

Não se trata de apontar culpados. O problema não é de hoje e, creio, não seja só de nossa aldeia. Falta mimo, jeton, pontuação de mérito, macumba? Qual a gênese do desinteresse?

Há oito anos na instituição ainda não me acostumei com a vergonha de entregarmos salas semivazias para palestrantes com ou sem renome. Agora, estamos nos valendo de enchê-las com estudantes de direito [sob livre e espontânea pressão de seus professores] para diminuir nosso constrangimento. No futuro, talvez usemos manequins de promotores e procuradores, embora nada possa substituir o ser humano em sua espetacular individualidade e sua rica diversidade.

Quem não comparece faz falta, mesmo quando saca qualquer um dos mil motivos do cardápio para se justificar, porque, na essência, ninguém pode ser substituído. Não estou a recriminar procuradores ou promotores como negligentes ou omissos. Cada um tem senso crítico para se auto-avaliar.

De minha parte, só alimento esperanças, independente de quem seja o chefe, o subchefe, o conselho, o colégio, porque acredito nas finalidades a que se destina o Ministério Público. Porém, vamos com quem vai. É assim que se viaja.
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