Medo, quem não tinha? Sábado, recapitulava-se a matéria da semana. Era a sabatina e sua inseparável palmatória. Essa dupla desemburrou muito menino que virou doutor. Todos temiam e tremiam. Ou sabia na ponta da língua, ou pegava bolo. No final, muitas mãos ardidas. Mas, é o passado.
Agora, a Associação dos Magistrados quer ressuscitar a sabatina. Expor quem pretende a vaga de desembargador a mostrar o que sabe e o que não sabe. A ideia, por si só, deve por em desassossego os pretensos candidatos, a essa altura, conscientes de que, pelas “regras” em voga, ninguém chega ao posto pela erudição, pureza de alma ou notoriedade do saber.
Por um momento, imaginemos que o Tribunal se sensibilize com o pleito da AMMA e convoque a arguição. Será casa cheia: promotores, juízes, advogados, defensores, estudantes, professores. Todos ávidos para testemunhar a história. Seria a inauguração de uma prática sadia. Uma mudança de paradigma.
Imaginemos mais, que o Ministério Público, ― para não ficar atrás da parentela ―, antes de laborar sua lista sêxtupla, fosse fecundado pelo mesmo ideário e se antecipasse ao Tribunal, realizando sua sabatina. Quiçá, seria a primeira do país. O Maranhão, em nome do Brasil, romperia décadas de acordos malsãos e iria premiar o zelo pelo conhecimento, a disposição para o debate, a exposição clara de ideias.
Sim, imaginemos que é possível. O único perigo seria aparecer uma liminar para suspender a quesitação, em cima da hora, deferida por alguém que, talvez, nas antigas sabatinas, manipulasse para, de véspera, saber das perguntas.
Para esse, mesmo que tardiamente, só muita palmatória!
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