segunda-feira, 1 de junho de 2009

Os responsáveis?

Inferno. Caos. Não na nossa, na vida dos outros. Não exatamente na de outros quaisquer. Na de milhares de presos neste país. Não pela natureza do delito que cometeram ou em função da reprimenda que lhes cabe, ou caberá, cumprir. São réus e, ao mesmo tempo, vítimas de crimes praticados pelo Estado, através de seus ilustres governantes, magistrados, promotores, ou servidores, graduados ou não. Cada um com sua parcela de autoria.

A realidade carcerária do país parece um macabro concurso de horrores, cuja especialidade é atingir o máximo de degradação da dignidade humana. E, desde quando? Afastadas as honrosas exceções de praxe das situações pontuais, a ideia dominante é a de que o preso, pelo fato de “merecer” estar preso, não merece nada.

O jornal O Globo, na edição de hoje (01/06), publica matéria em que o jornalista Chico Otávio, apresenta informações sobre a dantesca realidade diagnosticada em inspeção promovida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), no Espírito Santo. Sua leitura é incômoda, principalmente porque, ao final, deveremos nos perguntar: quem são os responsáveis? Leia.

Segundo o CNJ, o mutirão carcerário no Espírito Santo aberto na manhã de quinta-feira (28/05), nos próximos três meses deve analisar quase 10 mil processos. Incrível, mas esse volume é maior do que a soma apreciada nos cinco últimos mutirões realizados em outros Estados (8,3 mil).

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