quarta-feira, 17 de junho de 2009

Parada

“—Quero falar com o dono, o gerente, o supervisor, o encarregado.” Dizemos assim para irmos direto a quem deve tomar conhecimento ou providências. Porém, só funciona quando existe esse dono, gerente, ou coisa que o valha, e que tenha interesse no sucesso do seu empreendimento. Fora disso, a resposta é “vá!”. Ao caos.

O lógico seria o cuidado com o que é público ou de uso coletivo. Não é assim, nem sabemos quando o será.

Além disso, o cidadão não sabe como e a quem se dirigir para cobrar ações no dia-a-dia. Muito do que ele vê, não tem a quem reclamar. Identifica pequenos grandes problemas que se arrastam por anos a fio sem que os administradores e seus tentáculos tomem qualquer providência. É como se estes morassem noutro habitat.

O sentimento de impotência corrói a alma do citadino, ainda mais porque sabe que mesmo que faça seu reclamo chegar a algum gabinete, a solução custará tempo em demasia.

Um caso concreto, entre centenas. A foto logo abaixo. Uma parada de ônibus parcialmente vandalizada, sem telhado, sem proteção contra o sol ou a chuva (e que inverno rigoroso!), em local para onde, diariamente, acorrem centenas de pessoas: o fórum da Justiça Federal, na Areinha.

Não está assim de ontem. Faz tempo. A quem se dirigir? “—Alô? Aqui é o cidadão. Por gentileza, gostaria de reclamar do abrigo de passageiros na Avenida Tal”. “—Muito obrigado, cidadão. Sua queixa foi anotada sob o número xis. Você poderá acompanhá-la pela internet. Amanhã, nossos fiscais estarão no local para ver o problema. O serviço de conservação de abrigos agirá imediatamente.”

Acorda!

Presumo até que dirigentes da Justiça Federal possam ter percebido o drama de sua clientela e oficiado ao Município. Entretanto, presumo, também, que não exista uma prática administrativa de limpeza, manutenção e recuperação de abrigos e outras coisas, em nossa cidade. Sendo assim, com ofício ou sem ofício, o cidadão ficará ao relento, até que sejam vencidas todas as etapas de planejamento, licitação e execução “do nosso grande projeto a-bê-ou-cê”, que será implementado até o final........ do ano que vem.

É uma parada!

2 comentários:

Rainer Sousa disse...

O que interessa é a Copa, o milagre moderno de 2014. Ou então empurram o problema para as misteriosas verbas do PAC, do PEC, do PIC, do PLOC!... a bolha estourou.

Rodrigo Bastos Raposo disse...

Salve Juarez!
O que mais faz falta em São Luís na minha opinião é o cuidado com os detalhes.
Sinto isso não só da parte do poder público, mas também dos cidadãos.
É a ausência de uma rotina de manutenção de praças, pontos de ônibus etc.
Também é a falta de cuidado do morador com sua calçada, com a frente de sua casa, com o parquinho(?) da vizinhança.
Um abraço.
Rodrigo Bastos Raposo.